O recente show de Lady Gaga, que reuniu cerca de 1,5 milhão de pessoas em Copacabana, é mais do que um marco na história dos grandes eventos musicais: ele simboliza uma nova dinâmica econômica que está transformando o mundo. Quem afirma isso é o professor Marcos Cavalcanti, do Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ, um dos principais estudiosos brasileiros sobre megaeventos e economia criativa.
Para Cavalcanti, a realização de shows de grande porte, como os de Lady Gaga e Madonna, demonstra uma mudança significativa: estamos saindo de uma economia centrada na indústria tradicional e caminhando para uma economia criativa. “Essa ideia envolve a indústria do entretenimento, da informação, da cultura e diversas atividades intangíveis, sem um produto físico como na indústria”, destaca o professor.
Ele ressalta ainda que os efeitos dessa transição já são visíveis. De acordo com dados citados por Cavalcanti, a economia criativa já representa 6,2% dos empregos no mundo e cerca de 3% do PIB global. No Brasil, esse impacto é ainda mais expressivo: a chamada Economia da Cultura e das Indústrias Criativas movimentou R$ 230 bilhões em 2020, superando, inclusive, o setor automobilístico.
Mas os benefícios não são apenas econômicos. Os megaeventos também geram impactos intangíveis — como o fortalecimento da imagem da cidade, o estímulo ao turismo e o incentivo à economia local de forma difusa. Segundo Cavalcanti, é necessário que o Rio de Janeiro aprenda com experiências internacionais, como as Olimpíadas de Barcelona, e aproveite esses eventos para se posicionar estrategicamente como destino global. “É preciso pensar na publicidade da cidade antes, durante e depois do show”, afirma.
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Fonte: Conexão UFRJ